21 dic 2016

Dias difíceis - Lota Moncada

Hoje é um dia bem difícil.

Já sei, já sei, a vida é difícil, este ano tem sido muito difícil. O século xx mais o que vai do xxi completaram este ano a mesma duração que  a Guerra dos 100 anos (que, como sabem, durou 116 ...), só sem as monarquias daquela época, e talvez, com consequências bem piores e por motivos torpes.
Mas voltando a nossa pequena terra em órbita, e mais especificamente ao nosso quintal, temos um dia de impotência e luto; de absurdos inacreditáveis; de idiotismo completo, total e sem cura; de desânimo sem redenção.
E pairando no ar, formando aquela densa nuvem de perplexidade, ficam as perguntas: o que podemos fazer realmente? O que devemos fazer? Como? Com quem?

Por outra parte, também acontecem  boas coisas, pequenas talvez diante da magnitude dos fatos que vivemos e da absoluta incerteza de um futuro razoável, mas coisas feitas por nós, seres humanos que reivindicamos nossa condição todos os dias, com muito trabalho e dedicação, e frequentemente sem qualquer reconhecimento,  como o lançamento  de um livro, hoje, neste caso, a antologia Blasfêmeas: mulheres de palavra, um belo trabalho conjunto, se quiserem ver mais, aqui: https://www.facebook.com/events/230745147360683/

E não, não estou “usando” a terrível situação que vivemos em “proveito próprio”, e nem procurando a  autocomiseração, ao contrário, num momento assim, lembro muito de um escritor a quem admiro como tal, mas com quem nunca concordei com suas posições políticas (bastante mutáveis por sinal!) embora reconheça nele momentos de grande lucidez, o peruano Mario Vargas Llosa: “ Só um idiota pode ser completamente feliz.”
E ainda me pergunto se não se poderia acrescentar: “E talvez, um canalha.”


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