Como alguns sabem, dia 27 de março é o meu aniversário. Adoro comemorar!
Talvez por ser a única filha, durante mais de 18 anos, e também a única neta mulher de ambos os lados da família, desde que me lembro com nariz (e não é pouco tempo...) o meu aniversário sempre foi comemorado!
Minhas lembranças mais remotas voam e mudam de país, mas sempre há balões, chapeuzinhos, e principalmente, bolo com velinhas, acompanhando essas viagens!
E claro, pessoas queridas me rodeando, mãe, pai, avós, primos, amigos grandes e pequenos, o carinho solto no ar, as canções tradicionais, os presentes, as brincadeiras, os puxões de orelha, e muita energia boa solta no ar!
Talvez algumas pessoas se perguntem, por que comemorar o aniversário? Por que celebrar uma data que no fundo, só tem mesmo importância, e relativa, para cada um?
Talvez porque tenha virado um hábito, um hábito alegre, pleno de significado e emoção; porque a passagem do tempo nos ensina rapidinho que “não temos a vida assegurada” e a porta de saída está sempre aberta... Talvez porque goste de me sentir especial, ao menos um dia por ano; talvez porque goste de festa mesmo (isso deve fazer parte do meu lado chileno), adoro receber amigos, abraços, lembranças, fazer comidinhas para corresponder a esse afeto, arrumar a casa, dispor o ambiente para a celebração da vida!
Podem achar que é só vaidade, egocentrismo, coisa de filha única. Até pode ser, mas conheço várias pessoas que não curtem tudo isso, e francamente, acho bem mais egoísta, porque - entre outras coisas na vida - é necessário aprender a receber afeto e a ficar feliz com isso. Sempre achei receber bastante mais difícil do que oferecer ou demonstrar carinho! Talvez porque dar nos faça sentir bons, altruístas, amáveis...
Fazer anos, completar um ciclo, é um ótimo momento para fazer uma pequena pausa na corrida maluca e pensar naquilo que foi feito até esse instante, naquilo com que ainda se sonha, se é que ainda se sonha... Bom momento para abraçar a si mesmo e ser condescendente por um dia; se perdoar erros cometidos, uma e outra vez, e acreditar que naquele dia pode começar tudo de novo e será possível acertar! E errar de novo tantas vezes quantas forem necessárias, ou impossíveis de evitar!
Nasci em março, ao sul do mundo, início do outono (minha estação preferida!), sob o signo de Áries, apressada, inquieta, impaciente, brigona, franca até o exagero, às vezes com o tato de um elefante, outras, delicada como uma joaninha, mas também amiga dos amigos, mão aberta e solidária, sempre disponível para quem também se mostrar assim, pouco apegada ao material, bem falante, mas um ouvido e ombro atentos para quem precisar.
Por que seria vaidade apenas celebrar mais um ano, um dia, uma conjunção astral, um momento raro? Se é uma oportunidade a mais para colocar para fora o afeto, algum talento, o amor pela vida. Por que não se dar a oportunidade de sentir que, se você foi aquilo que acredita ser, o mundo (e claro, as pessoas!) se encarregará de confirmá-lo através do carinho, da forma que for, com mensagens, bolinhos, balões, cumprimentos, telefonemas, bons desejos, abraços e amor!
Fundamental amor esse, que se materializa e permite que nos sintamos nascendo a cada aniversário, plenos de energias renovadas, porque a gente sabe, como diz o tango Uno: " Sabe que la lucha es cruel y es mucha, pero lucha y se desangra por la fe que lo empecina".
Ah, sim, e hoje é mais do que especial porque celebrarei os meus 70. Cruzes! Como cheguei a tanto?
E como diria o meu querido Polaco da Barreirinha (Antonio Thadeu Wojciechowski ) num poema com que me presenteou há alguns anos, mas continua a cada dia mais válido:
(...)
feliz daquele que puder
olhar para trás
e rever as maravilhas
dos seus melhores momentos
em câmera lenta.
Lota Moncada
Porto Alegre, 27 de março de 2018.
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