Quem, a não ser eu
em busca do meu outro
poderia ser tão louco
em busca do meu outro
poderia ser tão louco
a ponto de pular
sem rede, sem
medo
- ou com ele - mas
voar,
ao infinito, ao
fundo
desse céu sumidiço?
desse céu sumidiço?
Quem, a não ser
você,
fugindo desse
outro
responderia, e
apenas,
com obstinado
silêncio,
apagando sem
delicadeza,
desdesenhando-se
afastando-se,
oscilante
mas a passo
ligeiro,
entre turvos
adeuses?
Quem, a não ser você
e eu,
esse fendido
nós,
acreditaria que,
sangrando
veias e artérias,
poderiam ser contidas
as insanas
torrentes
dessa paixão desandada?
O que fazer com
as mãos
derramando o vazio,
a desamparada boca,
os inundados olhos?
E o quê, com meu
corpo
ansioso e
disposto
a entregar-se
inteiro,
quebrados os elos
de um passado
ermo?
O que fazer agora
que passou o
espanto?
Sepultar os
restos,
abafar o pranto
que insistente
sobe
e se desencadeia
como uma rotunda
catarata de pena.
Aquietar o peito,
levantar cabeça,
conjugar
pretéritos,
continuar à
espreita,
o acaso surpreende
à volta da esquina
e pequenas
frestas
clareiam a vida.
É preciso andar
desperto,
sem fazer perguntas,
e que o futuro deixe
de ser
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